Nova Honda CRF 230F
Moto séria ou diversão garantida? Você escolhe...
Texto: Julio Camargo Carone
(31-08-2006) - Na terça-feira, 29 de agosto, a Honda apresentou em seu Centro de Treinamento, localizado em Indaiatuba, SP, a nova CRF 230F, sua nova motocicleta, que será comercializada a partir de outubro. Trata-se de uma off-road, voltada mais para o segmento de motocross, que já era fabricada aqui no Brasil há quatro anos, mas vendida somente nos Estados Unidos (alguns pequenos lotes para Europa), onde é muito conhecida – e respeitada.
Jornalistas e pilotos-jornalistas ouviram com muita atenção a exposição e apresentação técnica de José Luiz Terwak, o homem da Honda que sabe tudo de área técnica de motocicletas.
A partir deste momento a imagem da CRF 230F mudou, pelo menos para quem não conhecia o modelo, pois muitos esperavam que ela seria apenas para iniciantes e talvez não conhecessem exatamente o que é uma off-road “fun bike”, como bem definem os americanos – uma moto divertida, mas que empurra, leva e traz... e sempre.
Acreditem: a 230 é bem esperta, muito ágil, e apesar de seu peso – 107 kg –, um pouco acima do padrão atual desta categoria (nos Estados Unidos existe chassi de ligas nobres, que diminui seu peso em mais de 10 quilos). Essa é uma moto totalmente na mão, pois sua distribuição de peso, aliada a suspensão, potência e freios eficientes, permite o seu domínio em pouquíssimo tempo, transformando-se em uma ótima opção (ou num “belo de um brinquedo”), que dispensa grandes manutenções, como as motos especiais.
Com certeza irão aparecer campeonatos voltados a essa categoria e específicos para o modelo, o que propiciará o aparecimento de novos pilotos de enduro e motocross.
E não se trata de moto apenas para iniciantes, como comprovamos na avaliação. Por sua docilidade e “braveza” quando exigida, pode muito bem superar desafios como saltos e transposições de mesas, obstáculos de motocross que exigem, além de prática de pilotagem, um conjunto forte e resistente, sempre bem "empurrado” por um motor valente e com bom torque.
Apesar de não podermos andar o quanto queríamos (ou gostaríamos), pois eram seis unidades para quase 50 jornalistas, demos umas “voltinhas a mais” e a diversão foi garantida. A 230 fecha e faz bem as curvas de baixa, retomando velocidade rapidamente, desde que se use bem seu câmbio, aproveitamdo a rotação e torque para cada momento preciso – tarefa facilitada pelo engate de marchas preciso.
Seu “shape” é derivado da linha CRF, que é conhecida, e atual. O banco estreito, aliado ao posicionamento das pedaleiras de apoio, permite qualquer jogo de corpo, à vontade do motociclista, o que é ótimo para correções em aterrissagens de saltos, puxadas de guidão, com apoio dos pés para tomada e saída de curvas, onde se pode abusar do acelerador.
A frente tem boa suspensão e sempre estará apontada para onde “mirarmos”: aí é só corrigir a traseira, que também está sempre no chão, com seu mono-amortecedor e o sistema Pro Link.
A potência de 19,3 cv é gerada pelo motor monocilíndrico de 4 tempos, 2 válvulas, alimentado por um carburador Keyhin de 26 mm de "venturi", ou diâmetro. Essa unidade proporciona respostas rápidas, mas sempre acima de um pouco menos da metade de seus giros – o que pode frustrar as expectativas de que haverá respostas rápidas em baixa rotação. Mas o motor 4 tempos tem resposta mais progressiva e constante que um motor 2 tempos, que sempre é muito mais esperto, mas em compensação é sempre mais difícil de ser “domado”.
Um dado interessante é que a Honda optou pela colocação de um farol nesta versão mais motocross, o que ajuda muito na volta daqueles passeios mais demorados e até em enduros. Mas nem tudo é lindo e belo nesta vida. Infelizmente a CRF 230F tem um ponto fraco – não em sua estrutura, desenho ou desempenho, mas em um lado muito prático, que é não possuir Renavam.
Isso não permite seu licenciamento, limitando seu uso sempre ao fora-de-estrada, sendo que a chegada ao local de andar ou competir sempre terá de ser feito em carreta ou em uma picape. Não fosse isso, esta seria a moto ideal para andar na rua – esperta, ágil, rápida e robusta.
Embora a Honda não confirme o assunto, uma das hipóteses para a CRF 230F não ter Renavam é justamente evitar a canibalização do modelo Tornado 250. Seu lançamento, por outro lado, também tem teoria explicativa: foi possível graças à atual taxa de câmbio.
Ah, vale dizer que na recepção havia dois simpáticos e bem alimentados cachorros (que não fazem a ronda na Honda; ao contrário: só dormem no tapete de entrada...).
Ficha técnica
Honda CRF 230F Especificações
CATEGORIA Off-road
MOTOR OHC, Monocilíndrico, 4 tempos, 2 válvulas, arrefecimento a ar
CILINDRADA 223 cm3
DIÂMETRO X CURSO 65,5 x 66,2 mm
CARBURADOR KEIHIN PD9CE (Diâmetro do Venturi 26,0 mm)
IGNIÇÃO CDI
SISTEMA DE LUBRICAÇÃO Forçada por bomba trocoidal
RELAÇÃO DE COMPRESSÃO 9,0 : 1
SISTEMA DE PARTIDA Elétrica
TORQUE MÁXIMO 1,92 kgf.m a 6.500 rpm
POTÊNCIA MÁXIMA 19,3 cv a 8.000 rpm
TRANMISSÃO FINAL 6 velocidades, Corrente 520
EMBREAGEM Multidisco em banho de óleo
BATERIA 12V – 4 Ah
FAROL 35W
TANQUE DE COMBUSTÍVEL 8,2 litros
ÓLEO DE MOTOR 1,2 litro
CHASSI Berço semiduplo
SUSPENSÃO DIANTEIRA/ CURSO Garfo telescópico/ 240/ 216 mm
SUSPENSÃO TRASEIRA/ CURSO Pro-link / 76,4/ 230 mm
FREIO DIANTEIRO / DIÂMETRO disco / 240 mm
FREIO TRASEIRO / DIÃMETRO tambor / 110 mm
PNEU DIANTEIRO 80 / 100 – 21 NHS MT 320H
PNEU TRASEIRO 100 / 100 – 18 NHS MT320H
COMPRIMENTO X LARGURA X ALTURA 2059 x 812 x 1190 mm
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1372 mm
DISTÂNCIA MÍNIMA DO SOLO 305 mm
ALTURA DO ASSENTO 872 mm
PESO SECO 107 kg
PREÇO R$ 9.963,00
terça-feira, 16 de junho de 2009
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